domingo, 10 de maio de 2009

Truman Capote e Harper Lee















Harper Lee e Truman Capote






Harper Lee


Truman Capote
Truman Capote, (1924-1984), escritor americano nascido em New Orleans e mundialmente conhecido. Muitas das suas obras situam-se em locais -e falam de realidades- do Sul dos Estados Unidos da América.
Apreciado pelo seu estilo directo e cuidado, foi também uma celebridade, relacionado com gente rica e famosa que vai encher a sua biografia.
Talvez o seu livro mais conhecido seja In Cold Blood (1966) IN COLD BLOOD, A Sangue Frio, que combina factos reais com ficção, para contar a história dos dois assassinos de uma família de agricultores, no Kansas, assassinos esses que ele próprio vai entrevistar na cadeia -e acabará por ser um best-seller.
Com certeza conhecem os dois filmes que recentemente saíram: "Capote", realização de Bennett Miller (2005) com um grande actor, Philip Seymour Hoffman, no papel de Capote e Katherine Keener, no de Harper Lee; e "Infame", filme de Douglas McGrath (2007), com outro grande actor, Toby Jones, e com a grande Sigourney Weaver (Harper Lee).
No entanto, para mim, os mais belos dos seus livros são, sem dúvida, o primeiro livro Other Voices, Other Rooms, (1948) -Outras Terras, Outras Gentes (havia uma edição linda, hoje esgotada, da Colecção Miniatura) - que conta a história da adolescência e do crescimento, amargo e doce, de um rapaz no Sul rural... e o poético: The Grass Harp (1951), A Harpa de Ervas.
Sempre recordei este último como um livro maravilhoso sobre a adolescência -e a adolescência neste livro estende-se a pessoas adultas como a tia Dolly, o Juiz, a criada preta, Catherine Greek, quando todos decidem que, como protesto, vão "viver" para a árvore onde Collins (o herói) tem o seu esconderijo... Levam comida, agasalhos e... Têm que ler...
Ao relê-lo, pensei: "há tanto tempo que não me sentia tão bem!"
É um livro bom, cheio de ternura pelas pessoas e pelas coisas, que fala da natureza (o som musical das ervas que se ouve, no cimo da árvore, como se fosse uma harpa) -tudo é de uma pureza fantástica e faz-nos acreditar que a vida vale a pena.
O miúdo Collins, a doce Dolly, o Juiz, a Catherine Greek (maravilhosa mulher!) agarrada ao rádio que não larga nunca e será a sua companhia no fim...
Mas queria associar esta leitura à do livro de Harper Lee, amiga e condiscípula de escola de Truman Capote, To Kill a Mockingbird (tradução difícil pois não existe o "mockingbird" em Portugal (acho eu... Se souberem, digam-me, sim?). O dicionário diz que é um pássaro que existe na América que imita o canto dos outros pássaros e o som da fala do homem...
Truman Capote e Harper Lee, dois escritores que foram amigos, e que escreveram dois livros inesquecíveis sobre a passagem da infância para a adolescência.
O livro de Harper Lee, To Kill a Mockingbird (1960) que vai ganhar o Prémio Pulitzer de ficção em 1961 e, em 1999, foi votado como "A Melhor novela do Século" pelo Library Journal.
Sobre ela direi poucas coisas, prefiro que a procurem, mas aqui vai esse pouco.
Nelle Harper Lee nasceu em Monroeville, cidade do Alabama, em 1926. Em criança foi uma "maria-rapaz" e uma precoce leitora.
A figura de Jean Louise, "Scout" (como era conhecida em casa), é autobiográfica, assim como Dill é o seu vizinho, e amigo de sempre, Truman Capote. A figura do pai Atticus Finch é inesquecível, pela coragem, honestidade, aceitando como advogado por defender uma causa que ele sabe perdida (antecipadamente perdida: um negro que é acusado de violar uma branca).
No livro surge-nos o mundo sulista, com esses dramas, visto pelos olhos da pequena Scout e do irmão, Jem: problemas do racismo, das diferenças de classe social, a grande pobreza de muitas famílias rurais nos anos da "depressão", tudo isto aparece e nos atinge, pela força da escritora. Tudo visto, porém, com um certo humor e muita ternura.
Conclusão: têm de ler a história de To Kill a Mockingbird (podem clickar aqui pra saber mais) - que foi começado no Verão de 1959 e publicado em 1960, tornando-se desde logo um best-seller.
Deixo-vos o prazer de a encontrarem e de a lerem.
Aliás, de os lerem aos dois...





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