domingo, 24 de janeiro de 2010

Chet Baker o anjo sem dentes e "Almost blue"



CHET BAKER no "El pays"

"La voz del ángel desdentado"

artigo de Elsa Fernandez-Santos

"Chega a Espanha o mítico filme de Bruce Weber sobre Chet Baker. (...) Para Bruce Weber (a quem se deve o filme: Let’s Get Lost, sobre Chet Baker) a enorme capacidade de sedução de Chet Baker nascia da sua "inocência".

Diz Bruce Weber:
"Não podias deixá-lo e passares à frente, querias viver ao lado dele. A estranha inocência de um homem que assegura que o dia mais feliz da sua vida foi quando comprou o seu Alfa Romeo S.S e que o pior foi aquele em que perdeu, a murro, todos os dentes. De todas as suas histórias, falsas ou reais, a da dentadura foi sempre a mais terrível e incómoda".
De facto, um dia, arrancaram-lhe, um a um, os dentes da boca, num ajuste de contas, sobre o qual nunca contou toda a verdade.
Durante seis meses, Baker foi incapaz de pegar na trompette. Esse incidente abriu uma brecha enorme na sua carreira musical. Três anos parado na prateleira até que Dizzie Gillispie voltou a chamá-lo para actuar em New York.
O Chet Baker de Let's get lost já não é o jovem James Dean do jazz - das fotografías de William Claxton.

E Bruce Weber continua:
"Costumam preguntar-me onde está a beleza daquilo tudo e eu nunca sei muito bem o que responder. Vejo sempre beleza no que me rodeia, talvez seja esse o meu “dom”. (...) Não sei o que é a beleza, sei o que é o respeito.”

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Deixo-vos esta passagem de um artigo, de homenagem a Chet Baker (a tradução é minha), no jornal El pays (citado no blog "sobre o risco", em 13 de Setembro de 2009), referindo-se ao filme Let's Get Lost (de 1988), de Bruce Weber, apresentado nessa data, em Madrid.

Comecei a ouvir Chet Baker -e a admirá-lo- tarde.
Eram os anos 90, eu estava em S. Tomé e a minha filha gravava-me cassettes, para ouvirmos no pequeno aparelho de pilhas, quando (o que acontecia frequentemente..) a minha cozinheira Milly me vinha dizer: “Dôtôra, a energia já foi embora...”

Restava-me o tal rádio-gravador de pilhas e as cassettes de Chet Baker ou das "Ladies do Jazz", e muitos outros nomes que na altura não conhecia, na compilation que a minha filha escolhera.
Ainda guardo algumas dessas cassettes: Style Council, Dirty Mind, Tears for Fears (The hurting), Marvin Gaye (outro dos preferidos), Curtis Mansfield.
Essas músicas que adorei na altura foram ( e algumas ainda são)
a minha companhia durante anos.

Breve biografia :

Chet Baker nasce no Oklaoma, em Yale, em 23 de Dezembro de 1929. Virtuoso da trompette, muito cedo, aos 22 anos faz uma prova para a “band” de Charlie Parker, o famoso “Bird”.
Tornam-se, logo, amigos para a vida.
Em 1952, entra na band de Gerry Mullingan.
Morre cedo, em 1888, em Amesterdão.
O seu estilo “cool”, a sua lentidão, o tom melancólico, uma certa amargura tornam o estilo de Chet Baker único. Grandes músicos de Jazz, trompetistas como ele, tais como Dizzy Gillespie e Miles Davis apreciavam-no e deram-lhe o seu apoio.




Mais informações no belo site:
http://www.100anosdemusica.com.br/jazz_chetbaker.htm

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. O comentário anterior caiu!!! Acho que foi quebra na rede! Falava eu de Miles Davis. Fui dar um salto até ao endereço que sugere e lembrei-me do belo azul que M.D. nos deixou.

    Este tema é de cair para o lado (no melhor dos sentidos :))). Não nos deixa colocá-lo como música de fundo, enquanto tentamos fazer qualquer outra coisa.
    É PERFEITO.

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  3. Estou de acordo com o Blue do Miles Davis e todo o M.D.!Beijos

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