quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Luca Valerio e "O Estranho caso do Dr. Jekyll e de Mr. Hyde", no Teatro do Trastevere em Roma...

A igreja de Santa Maria in Trastevere

o filme de Rouben Mamoulian, 1934, com o grande actor Frederic March

Já vos falei do meu amigo Luca Valerio, que é um artista italiano e que é filho da minha amiga Enrica, uma bela italiana que viveu a adolescência e juventude no Brasil e que regressou a Roma, anos mais tarde, onde a conheci... Bem o Luca foi o tal artista que foi a Moscovo participar num “evento cultural” -de que já aqui contei a história, em Junho.

Acontecimento cultural esse de cuja organização participou a jovem russa, Evgenia Bragina."Luca é um artista, pintor, gráfico. Viveu na Suécia, lutou corajosamente, lutando contra o frio, a neve, a distância dos suecos, e veio cheio de ideias, que pôs em prática.
Hoje o caminho é “para Moscovo”!", dizia eu.
Não cheguei a dizer-vos foi como correu. Bem. Vendeu 9 quadros, disse-me ele, foi bem recebido, muitas festas, vodka, comeu de certeza blinis com salmão fumado, e os óptimos pastelinhos pirojkis, e viu muitas russas bonitas e simpáticas.
De regresso a Roma, Luca trouxe com certeza ideias para novos quadros.


Gostava que os vissem. Deixo algumas imagens da tal festa moscovita, e dos quadros.

Mas hoje, dia 22 de Setembro, queria falar da estreia em Roma, no Teatro do Trastevere de uma peça teatral: "Lo strano caso del dottor Jekyll e del signor Hyde" (“Dr. Jekyll e Mr. Hyde”) bem conhecida.

o primeiro filme: o filme mudo, de John Stuart Robertson, com John Barrymore e Martha Mansfield (1920), no fundo, sempre A Bela e o Monstro...

Martha Mansfield, a Bela do filme

De facto, o famoso livro de Stevenson "O estranho caso do Dr. Jekyll e do senhor Hyde" (1886) foi "transposto" para o cinema e para o teatro, ao longo dos tempos.


E o mito/drama do "duplo" Dr. Jekyll/Mr.Hyde impressionou várias gerações, desde sempre. A primeira adaptação terá sido, logo no ano seguinte à saída do livro, em Londres.

uma das primeiras representações teatrais, acontece em Londres: o actor Richard Mansfield, em 1887

Dentro de nós poderá existir um Duplo? Um alter-ego? Uma coisa estranha que nos leva a transformar-nos no "outro", no "monstro"?


É essa a trama do livro.

O suspense, o horror... Dentro da mesma personalidade, aparentemente una, poderá existir o "bem" e o "mal", a duplicidade?

No livro, o caso é levado ao extremo: o médico e o monstro... O médico que se transforma num ser hediondo, um monstro, com poderes destructivos... E que recusa essa condição de duplicidade.
Jonh Barrymore, médico e monstro, no filme de J. Stuart Robertson, em 1920


Agora no teatro do Trastevere (o Trastevere é um dos bairros mais belos e mais populares de Roma, e a Piazza di Santa Maria in Trastevere é dourada, linda!), a Associação Teatral "Gli Arpagoni" e a Associação Cultural "Novembre" apresentam a peça.

O meu amigo Luca encarregou-se do cenário, etc, enfim, do chamado hoje Artwork.

É dele a locandina -o cartaz- que publicita a peça- que inicia este post, lá em cima...


"In bocca al lupo!", escrevi-lhe ontem, que é o modo de dizer italiano para "esconjurar" o mal, tirar o azar, desejar boa sorte: "na boca do lobo!", ao que se deve responder: "Crepi il lupo!"
Os italianos são muito supersticiosos...
Portanto: "que morra o lobo!"

Respondeu-me, hoje:


"Crepi il Lupaccio (que morra o "lobão")! la prima serata è andata benissimo...Super Pienone!!"

























































A estreia correu bem! Casa cheia! Auguri! Boa sorte. E a boa disposição de Adriano Celentano sempre ajuda...

Os Azzurri!

3 comentários:

  1. Vou desejar ao Luca o que se diz em Espanha nestes casos (os espanhóis somos muito brutos...):"¡Mucha mierda!"
    Isto começou-se a dizer há séculos, quando se ia ao Teatro em carruagens, e claro, se a rua ficava bem suja,era porque tinham vindo muitos cavalos...
    Certamente todos levamos dentro um pequeno monstro adormecido,por isso a figura do Dr. Jekyll com o seu senhor Hyde se tornou em todo um símbolo.Beijinhos

    ResponderEliminar
  2. Em França diz-se o mesmo e em Itália sempre melhor esta do "lobo" do que outra coisa qualquer...
    Vou-lho transmitir.
    Nós os portugueses é que somos (?) muito bem educados. Bem, nestas coisas... De resto, fala-se muito mal!
    beijos

    ResponderEliminar
  3. Estan otras maneras de augurar buena suerte en Italia..pero no son muy educadas ;))

    Grazie ancora Maria del tuo affetto e del tuo supporto!!

    Luca

    ResponderEliminar