terça-feira, 3 de janeiro de 2012

ANO NOVO NO HAITI!

O que aconteceu no Haiti, durante este tempo todo que passou? Nunca mais se falou do Haiti...

Há dias, voltei a ver uma notícia sobre o Haiti. Surpreendi-me, não falavam do Haiti há  tanto tempo!.
De facto, durante meses, foi  muito lembrado nas primeiras páginas dos jornais e na imagem dos tele-jornais “cronófagos”, insensíveis ou acéfalos, que tanto dele falaram após o sismo de 12 de Janeiro de 2010.


Claro, quando a catástrofe lhes caiu em cima e “eram notícia”... 
Depois, os meios de comunicação depressa se calaram...E foram todos esquecidos rapidamente, outra vez.

Passados quase dois anos, “vejo” agora esta notícia: “Em Port-au-Prince, Arte no meio dos escombros”.


(Le Monde 24,25 e 26 de Dezembro).
Tratava-se da Segunda Bienal de Arte! Fiquei contente por ver que a luta continua, a luta cultural, a luta por "ser como os outros", mesmo quando tudo nos cai em cima!

Essa Bienal remonta a outras épocas, exactamente poucos dias antes do sismo de 12 de Janeiro.Criada em Dezembro de 2009, no centro de Haiti na Grande Rue, também chamada a Rua dos Escultores.

Chama-se Ghetto Biennale. Inclui Arte local, e Arte dos homólogos estrangeiros que foram convidados.

Jovens artistas haitianos como Alex Louis, Romel Un, Leah Gordon, uma fotógrafa inglesa apaixonada pelo Haiti há anos, todos eles artistas do colectivo “Atis Rezistans” reuniam-se para criar esta Mostra, outra vez, em Dezembro de 2011.
Alex Louis e uma sua escultura

 “O atelier a céu aberto é um labirinto de ruelas insalubres, em pleno centro da capital haitiana. Ali, os artistas puseram as suas instalações permanentes de esculturas que misturam metal reciclado, bocados de esqueletos humanos, pneus, pelo de animais ou madeira.”

Leah Gordon pretendeu lançar uma “contra-bienal” criar em Port-au-Prince um acontecimento artístico de dimensão internacional - o Salão dos Recusados do século XXI- e simultaneamente uma alternativa à selecção restritiva das conhecidas Bienais - de Veneza ou de São Paulo- uma alternativa "pobre", sem comissários nem mecenas...

1 comentário:

  1. O esquecimento é a pior batalha, eis um povo invisível para o restante do mundo, mergulhados nos seus próprios problemas.
    Um post memorável.

    zerafim

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